sábado, 16 de julho de 2011

Romaria dos Mártires da Caminhada




Companheiros e companheiras da caminhada,



Acontecerá nos dia 16 e 17 de julho de 2011 em Ribeirão Cascalheira - MT, na Prelazia de São Félix do Araguaia, a ROMARIA DOS MÁRTIRES DA CAMINHADA, com o tema: TESTEMUNHAS DO REINO. A romaria é dedicada à memória daqueles/as que foram mortos/as defendendo a vida. É um encontro que também celebra as causas: indígena, a de negro/as, mulheres marginalizadas, meninos e meninas de rua, dos operários. Os participantes da caminhada renovam seu compromisso com as lutas pela Vida e pela Justiça

Neste sentido como nós somos fruto de uma pastoral do meio popular que tem suas raízes na luta do povo e na teologia da libertação, seremos também nesse momento de celebração força na caminha e oração na luta.

Representaremos a Pastoral da Juventude do Meio Popular com uma equipe representada pela Coordenação Nacional da PJMP (CN), Coordenação Nacional de Assessores da PJMP (CNA) e Equipe Nacional de Serviço da PJMP (ENS).

Sairemos de Goiânia na sexta feira próxima e retornaremos no domingo.

Neste momento de grande concentração de fé, esperança, oração e construção do reino de justiça e de paz, seremos sal e luz, ternura e resistência nessa longa e linda caminhada dos/as mártires.

André Silva

Equipe Nacional de Serviços da

Pastoral da Juventude do Meio Popular


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia Mundial do Rock in Roll

Jornal do Brasil: 15 de julho de 1985

Com o propósito de atrair a atenção mundial para a miséria na Etiópia, artistas consagrados do rock mundial uniram-se numa maratona musical, o Festival Live Aid, que aconteceu simultaneamente em Londres e Philadelfia. A versão inglesa foi aberta ao som da banda militar tocando "God Save The Queen" para 80 mil pessoas no estádio de Wembley. A versão americana, no estádio John Kennedy, com mais de 90 mil pessoas presentes, reviveu Woodstock ao som de"Blowing the Wind".

Durante 16 horas de música, o rock foi a genuína filantropia reunindo artistas como Mick Jagger, Tina Turner, Duran Duran, Santana, Bob Dylan, The Who, Queen. O espetáculo foi transmitido em 160 países, e acompanhado por 2 bilhões de espectadores. A arrecadação atingiu o patamar de 40 milhões de dólares. E um curioso recorde: Phil Collins voou de Concorde da Grã-Bretanha aos EUA, tornando-se o primeiro músico a se apresentar no mesmo dia em dois continentes.


A atitude solidária deste acontecimento foi exemplo e motivação para novas iniciativas, fazendo com que o dia 13 de julho entrasse para a História como o Dia Mundial do Rock.

A História do Rock
Inspirado no grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade, e na música country, que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o rock’n’roll surgiu nas primeiras décadas de 1950, nos Estados Unidos. Era uma de acirrada disputa entre o capitalismo e o comunismo. Nomes como Little Richard, Bill Haley & The Comets com “Rock around the clocks”, Chuck Berry entoando “Johnny B. Good” e “Maybellene” são os primeiros sucessos do gênero, que se consagraria na voz de Elvis Presley: o Rei do Rock.

Nos anos 60, foi a vez de um grupo inglês estourar no mundo inteiro. Os Beatles, um quarteto de rapazes de Liverpool, enlouqueceram platéias nos cinco continentes. Nesta década também o rock passou a ter uma atitude mais politizada e contestadora. Surge a contra-cultura, e seu auge é o Festival de Woodstock, nos EUA. Nessa época destacam-se também os Rolling Stones , The Doors, Jimi Hendrix entre outros.

Durante a história do rock’n’roll, inúmeros artistas fizeram história surgindo vertentes como o progressivo e o punk rock: The Animals, Bob Dylan, Led Zeppelin, The Doors, Budy Holly, Sex Pistols, The Who, Jimmy Hendrix, Black Sabbath, Led Zeppelin, Pink Floyd, Yes, Genesis, Kiss.

Os anos 80 são marcados por uma diversificação gradativa do rock. Embora muitas bandas desta época cultivarem um forte apelo contestador, muitos críticos lamentam a descontinuidade do puro rock n roll. É a vez do Pop Rock e da New Wave fazerem sucesso ao ritmo do The Cure, New Order, Bon Jovi, Talking Heads, The Clash, e The Police. No Brasil surgem bandas que fazem sucesso até hoje, como os Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Ira!.

Atualmente o rock convive com muitos estilos e influências. Houve fusão com praticamente todos os ritmos existentes, até mesmo com o samba, ao suíngue de Jorge Ben. E muitos outros instrumentos musicais se juntaram às guitarras, baixos e baterias. Elementos eletrônicos também são muito utilizados e várias releituras são feitas, mas as características que identificam o rock são eternas. Já diziam os Rolling Stones: "its only rock n roll, but I like it"!

Dia Mundial do Rock in Roll

Jornal do Brasil: 15 de julho de 1985

Com o propósito de atrair a atenção mundial para a miséria na Etiópia, artistas consagrados do rock mundial uniram-se numa maratona musical, o Festival Live Aid, que aconteceu simultaneamente em Londres e Philadelfia. A versão inglesa foi aberta ao som da banda militar tocando "God Save The Queen" para 80 mil pessoas no estádio de Wembley. A versão americana, no estádio John Kennedy, com mais de 90 mil pessoas presentes, reviveu Woodstock ao som de"Blowing the Wind".

Durante 16 horas de música, o rock foi a genuína filantropia reunindo artistas como Mick Jagger, Tina Turner, Duran Duran, Santana, Bob Dylan, The Who, Queen. O espetáculo foi transmitido em 160 países, e acompanhado por 2 bilhões de espectadores. A arrecadação atingiu o patamar de 40 milhões de dólares. E um curioso recorde: Phil Collins voou de Concorde da Grã-Bretanha aos EUA, tornando-se o primeiro músico a se apresentar no mesmo dia em dois continentes.


A atitude solidária deste acontecimento foi exemplo e motivação para novas iniciativas, fazendo com que o dia 13 de julho entrasse para a História como o Dia Mundial do Rock.

A História do Rock
Inspirado no grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade, e na música country, que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o rock’n’roll surgiu nas primeiras décadas de 1950, nos Estados Unidos. Era uma de acirrada disputa entre o capitalismo e o comunismo. Nomes como Little Richard, Bill Haley & The Comets com “Rock around the clocks”, Chuck Berry entoando “Johnny B. Good” e “Maybellene” são os primeiros sucessos do gênero, que se consagraria na voz de Elvis Presley: o Rei do Rock.

Nos anos 60, foi a vez de um grupo inglês estourar no mundo inteiro. Os Beatles, um quarteto de rapazes de Liverpool, enlouqueceram platéias nos cinco continentes. Nesta década também o rock passou a ter uma atitude mais politizada e contestadora. Surge a contra-cultura, e seu auge é o Festival de Woodstock, nos EUA. Nessa época destacam-se também os Rolling Stones , The Doors, Jimi Hendrix entre outros.

Durante a história do rock’n’roll, inúmeros artistas fizeram história surgindo vertentes como o progressivo e o punk rock: The Animals, Bob Dylan, Led Zeppelin, The Doors, Budy Holly, Sex Pistols, The Who, Jimmy Hendrix, Black Sabbath, Led Zeppelin, Pink Floyd, Yes, Genesis, Kiss.

Os anos 80 são marcados por uma diversificação gradativa do rock. Embora muitas bandas desta época cultivarem um forte apelo contestador, muitos críticos lamentam a descontinuidade do puro rock n roll. É a vez do Pop Rock e da New Wave fazerem sucesso ao ritmo do The Cure, New Order, Bon Jovi, Talking Heads, The Clash, e The Police. No Brasil surgem bandas que fazem sucesso até hoje, como os Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Ira!.

Atualmente o rock convive com muitos estilos e influências. Houve fusão com praticamente todos os ritmos existentes, até mesmo com o samba, ao suíngue de Jorge Ben. E muitos outros instrumentos musicais se juntaram às guitarras, baixos e baterias. Elementos eletrônicos também são muito utilizados e várias releituras são feitas, mas as características que identificam o rock são eternas. Já diziam os Rolling Stones: "its only rock n roll, but I like it"!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pressão de trabalhadores rurais conquista recuperação de escola em Nova Iguaçu

Por Alan Tygel e Vicente Nepomuceno

“Você entrava na escola, só via mato. Só tinha um caminho por onde as crianças passavam, o resto era tudo mato.”

É assim que Romário Silveira Machado, novo diretor da Escola Municipal Campo Alegre, na Baixada Fluminense, descreve o estado do local há cerca de um mês, quando assumiu o cargo.

A equipe de professores da escola já havia feito diversos ofícios denunciando a situação de abandono das instalações, todas elas ignoradas pelo estado. Após forte pressão do MST e da CPT sobre a prefeitura de Nova Iguaçu, a Secretaria de Educação nomeou o novo diretor.

“Aqui já teve mais de 400 alunos. Quando entrei, tínhamos 50. A escola disputava crianças com uma ONG italiana, que oferece comida, coisa que nem sempre tinha aqui”, conta Romário.

Campo Alegre é mais uma área emblemática na luta pela terra no Estado do Rio. Ocupada em 1984 por cerca de 3000 famílias de trabalhadores organizadas pela Comissão Pastoral da Terra, a área até hoje não tem qualquer tipo de regularização fundiária. Este vazio judicial prejudica toda infra-estrutura do local, além de inviabilizar o acesso ao crédito pelos agricultores.

O acampamento tem parte do território no município de Nova Iguaçu, e outra em Queimados. A área é grande, e por isso dividida em 6 regionais, cada qual com sua associações de moradores.

Estima-se a população hoje em 1200 famílias, mas a falta de dados mais precisos sobre o local também revela o descaso do poder público. A estrada de acesso é péssima, e o ônibus passa de hora em hora. O melhor meio de locomoção é mesmo a bicicleta, com a qual é possível vencer mais facilmente dos buracos e lamaçais.

Construindo uma Escola do Campo

A equipe de trabalhadores da escola conta hoje com 11 pessoas. Além do diretor Romário, atuam na direção a coordenadora político-pedagógica Cláudia e a orientadora educacional Alessandra. As professoras regentes são Janete Aníbal (que também é incentivadora da palavra), Isabel Alves e Joelma.

Quem cuida da merenda dos estudantes são Dona Zélia, Dona Maura e Dona Marli, que atuou na época da ocupação da área, e conhece bem a história de luta pela terra. O vigia Sebastião também é presidente do Conselho Escolar, e o motorista Fernando é chamado de “anjo da guarda”, já que além de levar as crianças na kombi, contribui de diversas formas.

Esta equipe tem hoje um grande desafio: disseminar o conceito de educação do campo entre professores e alunos, e reconstruir a escola com comunidade, a partir da valorização da cultura local e do diálogo entre escola e comunidade.

A tarefa não é fácil, mas em 15 dias da nova direção já se sente que algo mudou. “A primeira coisa foi capinar o terreno da escola. Fomos com os alunos no mato pegar bambus, e já temos um campo de futebol.” Apenas com essa medida, alunos que antes ficavam apenas pela manhã mudaram para o período integral. “Eles já sentem um pouco mais que a escola é deles.”

Outra medida inicial foi bater de casa em casa para conhecer a comunidade e verificar se havia crianças que não estavam frequentando a escola. Nestas visitas, percebeu que muitas famílias não plantam e nem ao menos têm horta em casa. Num local onde a população tem renda muito baixa, este dado é preocupante.

Por isso, a reconstrução da horta é uma das prioridades do momento. Para isso, e a escola conta com a ajuda de Suellen Carvalho, estudante do curso de pedagogia do campo na UFRRJ, e militante do MST. O objetivo é que, depois que os estudantes tomarem contato com a horta na escola, comecem a fazer hortas nas suas casas, com supervisão dos professores. Desta forma, escola e comunidade se aproximam cada vez mais, tornando-se algo indissociável, como sempre deveria ser.

Abandono

A situação do imóvel da escola é péssima, e a necessidade de uma obra é urgente. A escola, uma espécie de CIEP (conhecida como Brizolinha), não recebe uma reforma desde que foi construída, nos anos 1980. A fiação desencapada já fundiu-se com a estrutura metálica das paredes, que dão choque.

O abandono, no entanto, não é somente da escola. A menos de cinco minutos da escola, avista-se um galpão abandonado – a Cooperativa Agrícola do Mutirão de Campo Alegre. A Cooperativa foi criada entre o final da década de 1980 e o início da de 1990. Segundo a lideranças locais, na ECO 92, a Cooperativa forneceu doces em compotas para o evento. Foi seu auge. Em 1996, já tinha sido desarticulada. Os tratores não se adaptaram ao tipo de solo muito pedregoso da região, e não tiveram como consertá-los. A ONG e seus dirigentes foram para a Itália, deixando uma dívida que hoje beira R$200.000,00.

O espaço é amplo: um galpão de cerca de 500m2, e mais um conjunto de 5 salas de cerca de 10m2. Nestas, pode-se ver pelas frestas da janela uma série de equipamentos abandonados, alguns deles parecendo um antigo consultório dentário. O espaço deve tornar a cumprir sua função social, e pode trazer muitas alternativas para a escola.

Galpão Abandonado da Cooperativa Agrícola do Mutirão de Campo Alegre

Retomada

Em 15 dias da nova direção, a escola já conseguiu trazer mais 12 alunos. A coordenação e os professores sabem que as primeiras medidas tomadas foram importantes para levantar o ânimo da escola, mas não são suficientes para consolidar um projeto de escola do campo.

Para isso, um passo fundamental é o resgate da história de luta do local. Aqueles que participaram da ocupação da fazenda em 1984 já têm filhos e até netos na área. E se lembram com carinho dos tempos em que o acampamento produzia grandes quantidades de quiabo e aipim.

Um dos projetos para o segundo semestre é a produção de um livro didático, que conte a história de Campo Alegre. Uma história de conquistas bonitas, mas também de perdas que devem sempre ser lembradas. No dia 19 de maio de 2009, Oséias José de Carvalho foi assassinado por pistoleiros quando participava da ocupação 17 de Maio, em Nova Iguaçu. Oséias ajudou na luta por Campo Alegre, e deixou para a comunidade, além de seu lindo exemplo de luta, a filha Suellen, que hoje trabalha na escola.

E assim vai surgindo uma nova escola do campo. Com dedicação, amor à profissão, respeito às crianças e às famílias, e acima de tudo, um incontrolável desejo de mudança. Perguntado sobre a missão da escola de Campo Alegre, Romário responde:

“Para o Estado, temos a função de formar cidadãos para integrá-los à sociedade. Essa é a função para a qual fomos formados, concursados e contratados pelo Estado. Contudo, embora recebamos do Estado para promover essa educação, estamos tentando desenvolver outra educação.”

“Percebemos que integrar cidadãos a essa sociedade seria perpetuar um mundo de desigualdades, injustiças, exclusão, fome, desemprego, violência, destruição ambiental… Portanto, antes de formarmos cidadãos integrados ao mundo atual devemos nos formar enquanto cidadão críticos do mundo atual.”

“Para isso, devemos trazer os sujeitos da aprendizagem para o centro do processo. Devemos resgatar as propostas históricas dos movimentos sociais, as propostas derrotadas pelo sistema, propostas da luta dos trabalhadores, das ligas camponesas, dos movimentos em luta por saúde, saneamento, moradia, emprego, agroecologia, democracia…”

Romário Silveira Machado, diretor da escola

“Ressuscitar essas propostas é também ressuscitar a história de tantos companheiros que tombaram nas lutas pela terra, contra a ditadura. É dar vigor à nossa juventude e conhecimento para que percebam que a saída para os problemas atuais da nossa sociedade não está no atendimento das nossas necessidades individuais, mas nas nossas necessidades coletivas. Portanto, a saída deve ser coletiva. A reorganização de coletivos de jovens, idosos, trabalhadores que lutem por direitos econômicos, sociais e políticos é a nossa missão nesse momento.”

“A implementação da Educação do Campo, entendida como uma conquista dos povos do campo (MST, povos da floresta, quilombolas, caiçaras, …) é essencial e fundamental para atingirmos nossos objetivos, uma vez que já possuímos diretrizes operacionais reconhecidas pelo Sistema Educacional e que nos dão uma ampla margem de atuação junto com os movimentos sociais. Ocorre que, o convencimento dos professores mantidos pelo estado de que podemos atuar dessa forma é a minha principal tarefa nesse momento, como gestor/militante. Para isso, estou contando com a ajuda de intelectuais orgânicos da Universidade, com lideranças do MST e com todos que quiserem entrar nessa luta conosco!”

terça-feira, 5 de julho de 2011

5 de julho de 1922 - A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

Jornal do Brasil: 06 de junho de 1922

Em represália ao fechamento do Clube Militar e prisão do seu presidente, Marechal Hermes da Fonseca, jovens de diversos quartéis planejaram um movimento contra o Governo. Um deles, o capitão Euclides Hermes da Fonseca (filho do Marechal), comandante do Forte de Copacabana, com apoio do tenente Siqueira Campos, instruiu os seus comandados que se resguardassem, fazendo trincheiras e minando o terreno desde o portão do forte até o farol. Assim, estavam preparados para o movimento militar que eclodiria em diversos pontos da Cidade no início da madrugada do dia seguinte.

Contudo, informado a respeito da revolta, o Governo antecipou-se, fazendo a troca dos principais comandos militares na capital e coibindo a força militar do Forte de Copacabana que foi alvo de intenso bombardeio oriundo da artilharia da Fortaleza de Santa Cruz durante todo o dia 5 de julho.

Na madrugada do dia 6, o Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, telefonou ao Forte, exigindo a rendição dos rebeldes. O capitão Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos permitiram, então, a saída de todos aqueles que não quisessem combater. Poucos mantiveram-se em resistência. O capitão Euclides Hermes saiu ao encontro do Ministro no Palácio do Catete, onde recebeu voz de prisão. Os demais foram pressionados: ou a rendição ou o massacre.

O tenente Siqueira Campos, pressionado pelos remanescentes da tropa, tomou a decisão suicida: sairiam em marcha até ao Palácio do Catete, combatendo. No início da tarde do dia 6 de julho, iniciaram a marcha pela Avenida Atlântica. Um número até hoje não determinado se rendeu ou debandou. Restaram 18 militares revoltosos, vencidos no confronto final à altura da antiga rua Barroso (atual Siqueira Campos) pela tropa legalista com milhares de homens. Os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, e dois soldados foram capturados feridos. Os demais faleceram em combate. Os soldados capturados morrem em conseqüência dos ferimentos recebidos.

Fonte: Jornal do Brasil

segunda-feira, 4 de julho de 2011

3 de julho de 1951 - Lei Afonso Arinos: Racismo é crime

Sancionada a Lei Afonso Arinos. Jornal do Brasil: Quinta-feira, 5 de julho de 1951

Foi sancionada a resolução legislativa que constituiu contravenção penal a prática de atos resultantes de preconceitos de raça ou de cor.

É a primeira lei brasileira a prever expressamente a incriminação de condutas relacionadas à discriminação por etnia ou por cor da pele.

A recusa por parte de estabelecimento comercial ou de ensino em atender ou receber cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou de cor, fará com que seja considerado agente de contravenção o diretor, gerente ou responsável pelo estabelecimento.

Recusar a alguém hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento da mesma finalidade, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano.

Recusar a venda de mercadorias em lojas de qualquer gênero, ou a atender clientes em restaurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de quinze dias a três meses.

Impedir o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao serviço em qualquer ramo das forças armadas, por preconceito de raça ou de cor. Pena: perda do cargo para o funcionário dirigente da repartição.

No caso de reincidência em estabelecimento particular poderá o juiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento do estabelecimento por prazo não superior a três meses.

Conhecida como Lei Afonso Arinos (1.390/51), em homenagem ao jurista Afonso Arino de Melo Franco, que como deputado federal pelo Estado de Minas Gerais, apresentou o projeto de lei. Afonso Arinos foi um intelectual brilhante e um dos parlamentares mais importantes da nossa história republicana.

Fonte: Jornal do Brasil

1º de julho de 1946 - Explode a primeira bomba atômica no Atol de Bikini

A primeira explosão no Atol Bikini. Jornal do Brasil: Terça-feira, 2 de julho de 1946.
"A Super Fortaleza B-29 que conduziu a bomba atômica para a experiência da encruzilhada levantou vôo sem qualquer contratempo loga às primeiras horas de hoje afim de atirar a bomba sobre a esquadra cobaia ancorada no atol de Bikini... Pouco depois do bombardeio gigantesco levantar vôo, o major Harold Wood - o bombardeador, declarou que esperava que acertar um impacto direto sobre o Nevada. Quando interrogado sobre se errasse o alvo, o major Wood respondeu apenas: Terei que procurar outro emprego". Jornal do Brasil

Numa manhã de segunda-feira de sol, o Atol Bikini, um arquipélago localizado no Oceano Pacífico, onde seus moradores consumiam peixe, frutos do mar, bananas e cocos, experimentava seu primeiro bombardeio nuclear. A quarta bomba atômica de que o mundo tinha conhecimento explodiu com um fulgor irradiante e multicolorido sobre a esquadra de setenta e três velhos navios de guerra, entre eles o encouraçado Nevada. Além da espessa nuvem esférica rosada, que logo assumiu o formato de um cogumelo e se prolongou céu acima num raio superio a 10 mil metros, os espectadores puderam conferir o incêndio a bordo dos alvos. Não houve onda excessiva de calor, nem terremoto. O cenário natural manteve-se intacto.

A Marinha americana qualificou o bombardeio como um conjunto de operações bem planejadas e executadas. O único senão da experiência foi a perda de um avião controlado pelo rádio que saiu do controle antes da bomba ser lançada. Não houve mortos nem feridos. Apenas um receio sobre os riscos de contaminação do pessoal exposto aos efeitos da radioatividade. Nada, entretanto, que pudesse impedir a sua execução.

Entre 1946 e 1958, 23 dispositivos nucleares foram detonados no Atol do Bikini. Os verdadeiros impactos desta experiência só seriam revelados ao mundo anos mais tarde, advindos principalmente pelo consumo dos produtos locais.

Em 2010, o Atol Bikini foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Fonte: Jornal do Brasil

sexta-feira, 1 de julho de 2011

1997 - Chineses festejam, Ingleses choram

Jornal do Brasil: Terça-feira, 1 de julho de 1997
A China realizou um sonho ao recuperar o riquíssimo enclave estrangeiro que, sozinho produzia 160 bilhões de dólares, 15% do PIB da China

Duas imagens marcaram o dia da reunificação: a primeira foi o sorriso exultante do presidente chinês, Jiang Zemin, quando desceu do avião que o trazia de Pequim, e foi cumprimentado com a tradicional saudação oriental - as duas mãos coladas na frente do peito - por Tung Chihua, o novo chefe do executivo local.

A segunda foram as lágrimas enxugadas rapidamente por Christopher Patten, o último governador inglês, quando embarcava no iate Brittania, saudando pela última vez o território que governara durante seis anos.
Último governador britânico na cerimônia de adeus



A antiga colônia inglesa sempre desempenhou um papel especial para a China, por ser uma janela para o mundo capitalista. Hong Kong era uma das principais fontes de moedas forte para a China Comunista e, desde 1978, foi o canal por onde entraram mais de 60% dos investimentos que promoveram o espetacular crescimento chinês.

Hong Kong se transformava então na Região Administrativa Especial de Hong Kong, parte integrante do território chinês com regime ecônomico capitalista. Foram deslocados para lá quatro mil soldados chineses, comprometidos a respeitar as leis, o povo e o modo de vida da ilha, agora politicamente integrada ao país.




O término do acordo que durou 99 anos

No século passado, os comerciantes ingleses começaram uma rota de tráfico de ópio chinês, e em pouco tempo controlavam o comércio da droga dentro da própria China, o que provocou a Guerra do Ópio (1839-1842). Hong Kong era, na época, um amontoado de rochas com pouca população e nenhuma fonte de riqueza. O tratado de Nanquim, de 1842, cedeu Hong Kong formalmente aos ingleses. Em 1898, após nova tentativa militar de tomada de território chinês pelos ingleses, foi assinado um novo acordo. Os ingleses ficariam com Hong Kong por 99 anos.

Fonte: JOrnal do Brasil